Um BLOG PARA CHAMAR DE MEU

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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Completude

Ele não me completa!
Ele é meu amigo, meu companheiro, meu amante, meu namorado, mas não é minha metade.
Se me sinto inteira não posso ter uma metade perdida por aí.
Como dizia Lacan, o amor é "o desejo impossível de ser um quando há dois".
E com ele não quero o impossível.
Com ele, quero tudo que é possível: casa, família, cumplicidade, risadas, temperos e destemperos.
Com ele, não quero espelhamento, quero deliciosas diferenças.



segunda-feira, 26 de abril de 2010

Espiritualidade X Religião

Recebi esse texto e decidi postá-lo por achar que levanta questões muito pertinentes aos dias de hoje.

Além disso, tem a ver com o livro que terminei de ler (Sobrevivi para contar) que ensina que podemos (e devemos) conviver com diferenças de crenças, religiões, etnicas, opção sexual, etc, porque isso nos faz bem, nos faz crescer e nos faz pessoas melhores.

Segue o texto:

O texto mais lúcido que li sobre o episódio envolvendo os jogadores do Santos numa visita ao Lar Espírita Mensageiros da Luz, que cuida de crianças com paralisia cerebral para entregar ovos de Páscoa. Uma parte dos atletas, entre eles, Robinho, Neymar, Ganso e Fabio Costa, se recusou a entrar na entidade e preferiu ficar dentro do ônibus do clube, sob a alegação que são evangélicos.

Os meninos da Vila pisaram na bola. Mas prefiro sair em sua defesa. Eles não erraram sozinhos. Fizeram a cabeça deles. O mundo religioso é mestre em fazer a cabeça dos outros. Por isso cada vez mais me convenço que o Cristianismo implica a superação da religião, e cada vez mais me dedico a pensar nas categorias da espiritualidade, em detrimento das categorias da religião.

A religião está baseada nos ritos, dogmas e credos, tabus e códigos morais de cada tradição de fé. A espiritualidade está fundamentada nos conteúdos universais de todas e cada uma das tradições de fé.

Quando você começa a discutir quem vai para céu e quem vai para o inferno, ou se Deus é a favor ou contra à prática do homossexualismo, ou mesmo se você tem que subir uma escada de joelhos ou dar o dízimo na igreja para alcançar o favor de Deus, você está discutindo religião. Quando você começa a discutir se o correto é a reencarnação ou a ressurreição, a teoria de Darwin ou a narrativa do Gênesis, e se o livro certo é a Bíblia ou o Corão, você está discutindo religião. Quando você fica perguntando se a instituição social é espírita kardecista, evangélica, ou católica, você está discutindo religião.

O problema é que toda vez que você discute religião você afasta as pessoas umas das outras, promove o sectarismo e a intolerância. A religião coloca de um lado os adoradores de Allá, de outro os adoradores de Yahweh, e de outro os adoradores de Jesus. Isso sem falar nos adores de Shiva, de Krishna e devotos do Buda, e por aí vai. E cada grupo de adoradores deseja a extinção dos outros, ou pela conversão à sua religião, o que faz com que os outros deixam de existir enquanto outros e se tornem iguais a nós, ou pelo extermínio através do assassinato em nome de Deus, ou melhor, em nome de um deus, com d minúsculo, isto é, um ídolo que pretende se passar por Deus.

Mas quando você concentra sua atenção e ação, sua práxis, em valores como reconciliação, perdão, misericórdia, compaixão, solidariedade, amor e caridade, você está no horizonte da espiritualidade, comum a todas as tradições religiosas. E quando você está com o coração cheio de espiritualidade, e não de religião, você promove a justiça e a paz. Os valores espirituais agregam pessoas, aproxima os diferentes, faz com que os discordantes no mundo das crenças se deem as mãos no mundo da busca de superação do sofrimento humano, que a todos nós humilha e iguala, independentemente de raça, gênero, e inclusive religião.

Em síntese, quando você vive no mundo da religião, você fica no ônibus. Quando você vive no mundo da espiritualidade que a sua religião ensina – ou pelo menos deveria ensinar, você desce do ônibus e dá um ovo de páscoa para uma criança que sofre a tragédia e miséria de uma paralisia cerebral.

Ed René Kivitz, cristão, pastor evangélico, e santista desde pequenininho.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

A música que me persegue

Sempre em dias tristes ou difíceis eu penso nessa música, ontem não pensei e ela tocou hoje.

Agora acho que tenho a obrigação de sempre colocá-la para tocar quando estiver triste, se eu não colocar ela vem atrás de mim...


quinta-feira, 22 de abril de 2010





Hoje a noite não tem luar


É assim hoje e eu só posso esperar que passe.


sábado, 17 de abril de 2010

Lugar para pegar






Por que ter vergonha daquilo que se tem de sobra?




sexta-feira, 16 de abril de 2010

Sobrevivi para contar por Immaculée Ilibagiza

Estou devorando a história de Immaculée Ilibagiza (Ilibagiza, em kinyarwanda, língua nativa de Ruanda, significa "bela e brilhante de corpo e alma").


Ela perdeu praticamente toda sua família no genocídio de 1994 em Ruanda, devido a uma estúpida rivalidade entre Tútsis e Hútus.


Mais de 1 milhão de ruandeses foram exterminados porém Immaculée sobreviveu ao massacre dentro de um banheiro de 1,20m x 1,00m com mais 7 mulheres. Na época ela não tinha mais do que 22 anos.





Di e Tai – a história virtual de um amor real

Esta é a história de Edivaldo e Tailana. Uma história comum com pessoas incomuns.
Tailana, uma jovem interiorana de um estado sulista do Brasil. Estado este que temos a impressão de ter pessoas com sentimentos pouco amistosos com “gente de fora”.
Mas Tailana é diferente, é filha de um importante Pai, comerciante por obrigação, aventureira por opção. Doce, sábia, de boa conversa e fome de leão.
É conhecida pela classe amiga como Tai.
Falemos agora de Edivaldo, ou simplesmente Di. Rapaz ideológico por natureza, profissional de múltiplas tarefas e companheiro de todos e todas (as horas), um fofo.
A história começou com uma idéia maluca de um publicitário gente boa, Juca Medes, a idéia era juntar 30 pessoas para escrever num jornal diferente, pessoas que não se conhecem mas que tem intimidade com a escrita, pessoas de variadas profissões e lugares do mundo. E adivinha, os dois entraram na brincadeira, cada um no seu dia, ela primeiro, depois ele.
Após a fase difícil de jardineiro de cimentado, Di começou a trabalhar com empréstimo de cultura útil/inútil, sua vida melhorou muito já que a cultura útil ninguém pegava e ele a absorvia. Começou a se envolver com uma menina tão gente boa quanto esquizofrênica. Tomava seus drinks pelas esquinas da vida com seus amigos de longa data.
Mas aquilo que era apenas uma amizade de trabalho começou a se tornar algo interessante demais para ficar como estava. E-mails vieram e foram, msn´s sem fim...
Di largou mão de tudo que estava ao seu redor para tentar se entregar a esse sentimento estranho que surgia, largou a garota esquizofrênica (não pela guria mas para ter melhor qualidade de vida), deixou de tomar todas e só tomava metade, passou a usar camiseta com gola.
Marcaram um encontro. Ele ansioso por ver a guria. Ela ansiosa para conhecer aquela cabecinha mais de perto. Tão cheios de idéias, tão cheios de planos, tão sonhadores... Encontro marcado, data agendada, passagens na mão e... Deu tudo errado.
Choveu muito na cidade dela e muitas pessoas se afogaram. Ela se afogou em lágimas. Ele se afogou num copo de conhaque sem licor de cacau.
Os meses se passaram,a té o ano passou e virou outro e, neste momento, eles se falaram pela primeira vez. Ela conheceu a voz sexy dele. Ele percebeu que ela não tinha nada de sotaque sulista e o amor só aumentou.
Dias foram, semanas se passaram e o Carnaval veio alegrar aqueles que não são católicos. E para alegria dos católicos também a guria chegou à terra da garoa.
Fofa, charmosa, cheia de vida e de fome... Eles se conheceram por dentro e por fora, de frente e de trás, de cima a baixo.
A irmã de Di, Levíssima, veio do meio da nata da sociedade para conhecer a guria, trouxe seu namorado Carionês (ou Japiroca) junto, assim nós, que nada temos a ver com a história também o conhecemos. Gente boa, alternativa, vive em um mundo de cidade grande e Cult, diferente da nossa realidade de vida simples e Cinemark.
Enfim, a guria gostou tanto que voltou antes mesmo de ter ido.
Di, com a felicidade que lhe é peculiar, transbordou para fora do copo, perdeu suas ideologias, perdeu a razão, perdeu sua poupança. Viveu de amor, apenas amor e nada mais.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Festa da Pizza

Sábado, jogo de futebol a muito tempo agendado e desejado. Demora, espera, ansiedade.
Chegou tarde mas tudo bem, pé na estrada, quero ver o mar, quero sentir o cheiro da maresia, quero ficar com você.
Na estrada muito sono, sem tempo para almoçar, comeremos lá mesmo, vamos logo que a estrada é curta e nosso momento juntos está perto.
Chegamos, lugar em ordem, vamos almoçar algo. Comprei coisas para fazer pizza frita, é o que teremos para o almoço.
Fizemos, comemos, descansamos. Dormir juntos, abraçados, vira para o lado e ronca.
Acordar, ver a novela, olhar o luar. Vamos tomar uma que já está na hora.
Uma Malzebier, uma Heineken, outra e outra. Pede fritas para enganar. Escuta a música, canta com o cantor, bater palmas.
Conversas deliciosas sobre tudo e sobre todos.
O show acaba, indicando que já está na hora de ir embora. É chegar, dormir e se preparar para o domingo. Será que vai dar praia?
Blanquet de peru, peperoni, mussarela, requeijão, provolone. Começamos o dia com mais pizza frita.
Tempo meio frio, meio quente. Nada definido. Vamos passear pelas cidades litorâneas – Mongaguá , São Vicente, Praia Grande, Santos.
Semifinal de algum campeonato, Santos 3 x 2 São Paulo. Valeu pela cerveja, pelo bom atendimento, pela conversa da mesa ao lado, pelas nossas conversas.
De volta ao lar, prato principal pizza para variar. “Se beber não case “ para distrair. “O desinformante” para dormir.
Segunda-feira, podemos aproveitar até o último minuto, vamos comer pizza então para carregar as energias e iniciar a caminhada até o centro.
Shortinho colocado, tênis amarrado, óculos escuro e pé na calçada! Caminhada gostosa, como é boa sua companhia. Água de coco gelada, a minha azeda e a sua docinha. Piadas sobre o mar e as pessoas.
Palco alto demais para os seus medos. Eu brinco na beirada, olho para baixo, penduro minhas pernas mas te dou a mão para descer as escadas de degraus vazados.
Passeando de mãos dadas pelo centro da cidade decidimos voltar. Pegamos o ônibus que não chega até lá . Fazemos o restante do caminho a pé, jogando frisbie pelo calçadão, de repente uma idéia maluca soprada pelo vento – correr até o apartamento.
Incentivos de todos, manha por minha parte. Moleza pela parte dele. Corri e parei por diversas vezes, perdi o fôlego, andei.
Chegamos! Eu morta, ele falante e com piadinhas infames para o meu lado. Ok, Ok, sou mole!
Conversa durante o banho, dessa vez revezando a água do chuveiro. Não canso de repetir como é bom estar com você.
Jean Charles no DVD, a gente acompanhando a história comum de um rapaz comum que tomou uns tiros pelas costas lá na terra da rainha.
Filme terminado, apartamento limpo, pé na estrada que é h ora de voltar para a realidade.

terça-feira, 6 de abril de 2010

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Desejo

Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.

Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.

Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar ".

(Victor Hugo)